Bettas

Tipos Bettas Splendens

Cauda em Coroa (Crown Tail) (foto macho):
O betta com a cauda de coroa é facilmente reconhecida e diferenciada das outras, já que é caracterizada por ter em todas a barbatanas (ventrais, dorsal e peitoral) e cauda prolongamentos dos filamentos espinhosos, estas podem ser de vários tipos, como os raios duplos, triplos, múltiplos, desordenados, cruzados o Kingcrowntail, curtos e longos:

 Cauda Dupla (Double Tail) (foto fêmea):
Esta cauda podemos dizer que esta na origem de todos os diferentes tipos de caudas que hoje conhecemos, tem a característica de possuir uma cauda dividida em duas partes, regra geral a sua divisão é homogénea e existindo tanto curtas como longas, há alguns casos com caudas de lados diferentes tanto no tamanho no comprimento como na largura, sendo estes também considerados de dupla cauda:

 Curta tipo Meia Lua(Halfmoon Plakat Tail) (foto macho):
É resultante de um tipo de ccruzamento comum entre Halfmoon e Plakat:

Cauda de véu (Veil Tail) (foto macho):
 Esta cauda é caracterizada por serem em geral bastante longas e finas, e quando quer fazer uma demonstração de força aos seus adversários ou de vigor para as fêmeas, esta tem uma abertura maior na parte mais perto da base do tronco do que na extremidade deixando-a muito parecida a forma de um véu que esta a ser empurrado por uma ligeira brisa:

Cauda Redonda (Round Tail)
O seu tipo é diferenciado pelo facto de ter uma cauda redonda:

  Deltas (cauda delta)
A cauda forma um ângulo inferior a 180 graus, sendo ligeiramente menor que os Super Delta:



  Super delta tail (cauda super delta)

Cauda com as mesmas características da cauda delta, mas com a particularidade de ter uma abertura superior a esta, podendo ir de um ângulo mínimo de 100º ate os quase 180º. Muitas das vezes que vemos um destes exemplares bem desenvolvidos é bastante difícil de os diferenciar dos Halfmoon:


Plakat (cauda curta)

Cauda com as características o mais próximo dos seus ancestrais, por ser bastante curta e arredondada, também a barbatana ventral tem um acabamento característico acabando na maioria em bico. Ao longo dos tempos com poucas modificações, mas existindo já muitos de eles de cauda com bastante abertura, quase com ângulo de um HM (180º), e possuidores do gene halfmoon:
 
Rose Tail 
É um extremo do tipo Halfmoon, sendo o ângulo da cauda superior a 180 graus, notando-se as ramificações da cauda e a extremidade que faz lembrar uma rosa:

 Spade tail ST (cauda de espada)
Semelhante ao Round tail mas com a diferença da cauda terminar num ponto:


Cauda em Pluma (Feather Tail)
Muito semelhante ao anterior, distingue-se pela grande quantidade de ramificações:


Cauda em Meio Sol (Half Sun Tail)
Este é um dos possiveis resultados obtidos do cruzamento entre o tipo Halfmoon e Crowntail, é semelhante ao tipo Halfmoon tendo as pontas dos raios salientes:



Comb Tail - Cruzamento de caudas
Estes sao uns dos possiveis cruzamentos de caudas:
Halfmoon c/ Crowntail (este cruzamento difere do Halfsun devido às extremidades dos raios nao se notarem tao salientes)


Fontes:   Parcial:@Wikipédia   Imagens: @Google      aquariofilia.net  
 

Saber Escolher

Como escolher um peixe Betta?
Nas lojas, e na maioria das vezes eles não estão nas suas melhores condições mas, com alguma informação e alguns minutos de observação, podemos facilmente escolher um Betta bonito e saudável. Algumas das características mais importantes a observar são, se o Betta é activo ou se permanece no fundo do aquário, se tentou construir ninho de bolhas (ainda que este não seja perfeito), se as barbatanas estão intactas, se apresenta sinais de agressividade para os machos vizinhos e, principalmente, se gostamos do exemplar. Se as nossas respostas forem afirmativas, em princípio estaremos perante um Betta saudável.

Fonte: Revista Bioaquaria, ano2 n.º 9, texto Sérgio Costa.

Alimentação

Alimentação dos bettas
Hoje em dia, com a grande variabilidade de alimentos para peixes no mercado, pode tornar-se uma tarefa quase impossível escolher o que mais convém ao nosso betta. 
O betta, apesar de aceitar todo o tipo de alimentos, com maior ou menor facilidade, segue uma dieta essencialmente carnívora. Este peixe é um predador de pequenos crustáceos e larvas de insectos existentes no seu habitat. Daí para um betta adequa-se uma dieta rica em proteínas. Assim, considero que a alimentação deve ser a mais variada possível, para estimular a dieta dos bettas, não criar dependências de um tipo de alimento e fornecer todos os nutrientes necessários. Relativamente à frequência de alimentação, o ideal será dar pequenas porções, entre 2 a 4 vezes ao dia, para que todo o alimento seja consumido no espaço de 3 minutos. 

Flocos
Muitas vezes, os flocos são a dieta base dos nossos peixes. Apesar de serem bastante completos em termos nutricionais e terem uma boa dinâmica na coluna de água (nomeadamente de permitirem a alimentação dos peixes das três zonas do aquário - superfície, nível médio e fundo), têm de servir para alimentar uma vasta gama de peixes, o que torna pouco específicos em termos nutricionais. Felizmente começam a aparecer várias variedades de flocos, tornando-os mais adequados, por exemplo, a peixes com uma dieta vegetal. No caso dos bettas, interessa sempre a maior percentagem possível de proteína (se possível, acima de 50%) com uma baixa percentagem de fibra. Desaconselho os alimentos que prometem realçar as cores dos nossos peixes. A cor (ou sua ausência) é um método de diagnóstico de doença, além de que um betta saudável terá cores magníficas, desde que bem tratado.

Granulados
No caso dos bettas, este tipo de alimentos é de evitar. além de terem fraca flutuabilidade (o betta alimenta-se à superfície), o fraco de serem partículas compactas e de alimentação mais generalista vai dificultar a sua digestão.

Alimento vivo
Um alimento de excelência para o betta. Além de fornecer todos os nutrientes que obteria no seu ambiente natural, estimula o seu instinto predador, forçando-o a perseguir o alimento. Entre as melhores escolhas estão as larvas de mosquito (de preferência de uma "cultura" caseira para evitar a transmissão de doenças), vermes vermelhos ou tubifex, artémia adulta e dáfnias. Estes alimentos podem também ser adquiridos sob forma congelada, com garantias de preservação dos nutrientes.

Receitas caseiras
A maioria das receitas caseiras existentes à base de coração de vaca é também recomendada para os bettas. Aliam a frescura dos alimentos à facilidade de preparação de uma comida de elevada qualidade. Com mais experiência, podem ser feitas alterações às receitas, tornando-as ainda mais específicas para os bettas. neste caso, podem ainda ser adicionadas vitaminas antes do congelamento do preparado.

Alimentos específicos
Hoje em dia começam a surgir alimentos mais direccionados para as espécies mais populares e/ou mais exóticas dos nossos aquários. Felizmente, o betta é um dos contemplados por esta nova tendência e começam a abundar alimentos específicos. Um dos mais populares são as larvas vermelhas liofilizadas, alimento particularmente apreciado pelos bettas.

Fonte: Revista Bioaquaria, ano3 n.º 13, texto Sérgio Costa.  

Aquário

Aquário
O Betta, pela sua atitude de comportamento beligerante face aos membros da sua própria espécie (e por vezes outras que possam ser semelhantes), é um peixe que se pode manter sozinho num aquário, em volumes bastantes reduzidos (a partir de 5 litros). No entanto, não podemos descurar a manutenção de aquários tão pequenos, porque volumes são sujeitos a maiores variações nas condições, uma vez que não existe o "efeito de diluição". Qualquer descuido, por mais pequeno que seja, num volume pequeno, poderá ter efeitos desastrosos. Não existe propriamente uma regra fixa quando ao volume mínimo de um aquário para um Betta. Pela minha experiência, deveremos proporcionar-lhe um volume adequado para que este tenha espaço para nadar, pelo que eu estabeleço para mim, um volume de cerca de 10 litros. Parâmetros a observar na água são a sua temperatura, ph (que deve ser ligeiramente ácido - entre 6 e 6,5) e kh (inferior a 100mg/L de CaCO3).

Plantas 
Aqui podemos dizer que depende do ideal de cada um relativamente a um aquário plantado. Mas se a ideia é manter um Betta, devemos lembra-nos que eles não gostam de luz muito forte (no seu habitat, grande parte da luz é filtrada pela canópia das árvores). Assim, recomendamos à habitual medição de w/l, um valor por volta de 0,5w/l será tolerável para os bettas. Devemos escolher as plantas em função da qualidade de luz que iremos fornecer. Além da quantidade, a qualidade da luz também é importante, podendo manter-se plantas de maiores exigências com menos wats. Basicamente, o aquário para um Betta será mediamente iluminado. As plantas a escolher, idealmente, serão originárias do sudeste asiático (fetos, musgos, algumas cryptocorines, etc...), com baixos requesitos em termos de luz.

Fonte: Revista Bioaquaria, ano2 n.º 9, texto Sérgio Costa. 

Reprodução de Bettas

Setup do aquário
Os Bettas conseguem viver bem em qualquer PH, mas o ideal será por volta dos 7. A temperatura deve situar-se acima dos 25ºC, pelo menos. Podemos colocar uma folha de amendoeira da Índia para induzir mais o instinto de acasalamento e tornar a água mais macia.
Será uma boa ajuda para o macho colocarmos um suporte  para o ninho, por exemplo, um pedaço de esferovite ou uma tampa de garrafão de plástico, entre outros. Também se deve adicionar ao aquário um pouco de musgo de Java e plantas de superfície para que a fêmea se poder esconder do macho durante o acasalamento, para evitar males maiores.
O local de acasalamento onde o casal irá permanecer não deverá conter areão, para evitar que os ovos ou pequenos alevins caiam no fundo e o macho depois não os consiga encontrar. Uma cartolina preta por baixo do aquário, evidencia os ovos, que são brancos e, consequentemente, auxilia o macho a apanhar os ovos.

Método de criação

1 - Primeiro que tudo, arranjar um casal de bettas do seu agrado.

2 - Colocar o macho num aquário, ou caixa de água, com cerca de 10 cm de altura, tapado, e com água parada. Adicionar algumas plantas de superfície e esperar que o macho faça o ninho de bolhas à superfície. Se o macho não tiver começado a fazer o ninho, passado 1dia ou mais, pode sempre mostrar-lhe um espelho para ele ficar espicaçado e começar a definir território. Pode também mostrar-lhe uma fêmea, claro, sempre separada do macho.

3 - Assim que o macho tenha ninho feito, esperam-se mais uns dias, sempre a alimentar bem ambos os peixes. Eu dou diariamente artémia congelada, larvas de mosquito vermelhas congeladas,  granulado próprio para bettas, ou flocos. A partir deste momento, podemos colocar a fêmea dentro do aquário, por exemplo, dentro de uma garrafa de plástico cortada, para que fique separada do macho.

4 - Quando notarmos que a fêmea apresenta na vertical (pode ser significar stress por causa do macho) e que já não foge do macho chegou a altura de a adicionar ao aquário. Isto claro, se o ninho de bolhas já for consistente. Levanta-se com cuidado o bocado cortado da garrafa, para que a fêmea fique em contactocom o macho e esperamos. Há quem goste de ficar a observar, a ver se corre tudo bem. Eu pessoalmente fico, para ver se está a correr bem ou não, porque não gosto de ver as fêmeas a serem mordidas e a ficarem com as barbatanas "roídas". Deixo também musgo no aquário para que a fêmea se possa esconder do macho sempre que queira, pois o acasalamento pode tornar-se bastante violento. Coisas de peixes...

5 - O acasalamento é feito da seguinte forma: o macho, depois de convencer a fêmea a ir para baixo do ninho, dá-lhe um "abraço" e a fêmea liberta os ovos, já fertilizados pelo macho, durante o "abraço". O macho irá sempre apanhar os ovos entre cada abraço e a fêmea ficará como que morta... mas não está, pois dentro de momentos haverá mais um abraço. Existe, fêmeas que também ajudam a colocar os ovos no ninho, mas atenção, convém observar esta parte, pois também podem tentar comer os ovos.

6 - Quando acabarem os abraços, deve-se retirar a fêmea, pois o macho irá vê-la como um ameaça para os ovos. O macho a partir de agora vai cuidar delicadamente dos ovos todos. Não se deve alimentar o macho durante o tempo em que estiver com os ovos.

7 - Os ovos devem eclodir entre 24h a 48h. O macho continuará a pegar nos alevins que caem do ninho e a recolocá-los sem parar. Devemos deixar a luz acesa durante este tempo (noite e dia) todo para o macho não perder o instinto.

8 - Pessoalmente, deixo o macho com os alevins durante os primeiros 4 ou 5 dias. (mas vai depender se ele não começa a comer os ovos). A partir daí, retiro o macho e dou-lhe uma boa alimentação que ele bem merece, após todo este esforço, Coloco também uma pedra difusora de ar para movimentar a água, mas nada em excesso. Já experimentei não colocar nada e não vi nada de anormal mas, a movimentação da água, serve também para não se criar uma película à superfície que poderá impedir que os jovens bettas consigam respirar.

9 - Nos primeiros 3 ou 4 dias os alevins não precisam de ser alimentados, pois possuem um saco vitelino com alimento. Porém, podemos adicionar, desde o primeiro dia, água verde ou comida liquida, pois criam sujidade na água e microorganismos dos quais os bettas se vão alimentar. Pessoalmente, forneço comida líquida várias vezes ao dia.

10 - A partir dos 10 dias, mais ou menos, podemos começar a dar artémia eclodida, pois os bettas adoram. Quem não quiser dar artémia recém eclodida pode dar comida em pó.

11 - A partir de certo momento, vamos notar que há alguns bettas com o dobro do tamanho dos outros. Será altura de os mover para outro aquário (isto já com 2 ou 3 meses), evitando que comam os irmãos mais pequenos. Lembre-se sempre de ter o aquário tapado para criar humidade, pois os alevins vão formar o sistema de labirinto, que lhes permite respirar oxigénio fora de água. A pouco e pouco sobe-se o nível da água, algo como 2 ou 3 cm diariamente. Não se preocupe com a água estar verde ou suja, pois eles aproveitam isso para se alimentar.

12 - Quando o aquário já estiver cheio (não demasiado e 6 a 7 dias depois de terem nascido), podemos começar a efectuar as trocas de água habituais. Os TPA'S (trocas parciais de água) devem ser de 50 a 70% de água diários.


13 - Chegou agora a altura, a partir dos 3 meses, de separar os machos das fêmeas e dos outros machos também, pois os machos são extremamente territoriais e vão começar a lutar entre si, podendo danificar barbatanas e mesmo matar-se. As fêmeas podem ficar sempre juntas no mesmo aquário. Mesmo aqui, passado 3, 4 ou 5 meses, vão-se evidenciar algumas diferenças de tamanho entre todos os irmãos, mas isso sempre foi assim na natureza. 

Fonte: Revista Bioaquaria, ano2 n.º 12, texto Rui Rocha.