Plantas

Plantas no Aquário  

"O que é absolutamente necessário para ter e manter plantas?"

O sucesso no crescimento das plantas resulta de um equilíbrio entre os seguintes factores: luz, nutrientes, oligoelementos e dióxido de carbono. A luz deve ser fornecida num espectro que as plantas absorvam, com grande intensidade para manter as plantas vivas (fotossíntese) e com uma duração de 10-14 h/dia. Os nutrientes são fornecidos pelos dejectos dos peixes. Alguns dos oligoelementos podem já estar incluídos na água que se deita no aquário, mas deve-se usar um dos produtos de mistura existentes no mercado. O CO2 é parcialmente obtido do ar e dos peixes mas pode ser reforçado injectando-o a partir de uma fonte exterior (por exemplo uma garrafa desse gás comprimido). Se as plantas tiverem falta de um destes factores, o seu crescimento será limitado. (Não entre em pânico por causa disso, muitos de nós nem precisamos de um crescimento abundante de plantas). Por outro lado, o valor acrescido de um dos factores sobre os outros, pode causar problemas como uma deficiente alimentação das plantas, crescimento indesejável de algas e até do nível tóxico da água. Cada um desses factores será discutido em pormenor nas secções seguintes.

"O meu amigo tem plantas bonitas e abundantes e não usa fertilizantes ou CO2. São realmente necessários?"

A resposta imediata é não. É perfeitamente possível fazer crescer plantas só com o equipamento básico do aquário, deixando à sorte ou aprendendo com os erros. Isso implica ligeiras alterações do equipamento e das práticas usuais de aquariofilia. Conhecimentos tecnológicos mais desenvolvidos de controlo de cada um dos quatro factores podem, no entanto, evitar o trabalho das tentativas e os riscos inerentes. Devemos também considerar que o termo bonito é subjectivo também aqui. Muitos aficionados obtêm grande sucesso com plantas "fáceis" sem equipamento especial e o efeito é bonito. Mas não se podem fazer comparações entre as práticas de amador com as de um conhecedor capaz de criar uma grande variedade de plantas.

"Como posso desinfectar as minhas plantas?"

As novas plantas podem ser portadoras de caracóis, de algas e de doenças. Uma desinfecção prévia ajuda a reduzir a sua propagação ao aquário e/ou pode ser usada para remover algas de plantas já existentes. Há que ter em atenção o perigo de se destruir a própria planta. Existem alguns métodos populares:
  • A imersão numa solução de permanganato de potássio durante 10 minutos recomenda-se a utilização deste desinfectante já diluído em produtos de marca conceituada. O permanganato é particularmente activo na eliminação de bactérias incluindo as patogénicas.
  • Uma imersão de 2 dias numa solução de 1 colher de chá de alúmen para 4L de água; é particularmente indicada para matar os caracóis e os seus ovos.
  • Se as plantas forem mantidas num aquário sem peixes durante 3 semanas, parasitas como o íctio e o veludo morrem por falta de hospedeiros.
  • A imersão numa solução de lixívia a 1/19: 2 minutos para plantas de haste, 3 minutos para plantas mais robustas. Depois dessa imersão é necessário todo o cuidado para remover quaisquer vestígios de cloro por lavagens sucessivas e o uso de um desclorizante. Este método pode matar as plantas, portanto só deve ser usado como último recurso.

"Devo deixar as novas plantas no vaso?"

Muitas das plantas aquáticas são vendidas em pequenos vasos com lã de rocha. Plantas com raízes delicadas como as Cryptocorynas e Anubias devem ser mantidas nos vasos, especialmente se pretendemos mudá-las de posição dentro do aquário. Desse modo evita-se o choque devido à transplantação; se assim não for as plantas levam tempo a adaptar-se ao novo substrato. Também se podem colocar os vasos sob o areão e outros aquariofilistas cortam o vaso e deixam a planta com a lã do vaso enterrada no areão.

Peixes

"Que espécies de plantas posso ter com o peixe 'x'?"
"Que espécies de peixes posso ter com a planta 'x'?"

Essencialmente a questão é a mesma, embora com a segunda pergunta você mostre preocupar-se mais com as plantas. É preciso saber ligar os hábitos do peixe com a planta. Os grandes ciclídeos que gostam de escavar, não devem ser colocados em aquários com plantas de raiz mas sim com plantas flutuantes. Os peixes vegetarianos não devem ser colocados com plantas que eles comam, a menos que o crescimento das plantas seja mais rápido do que a destruição que eles provocam! Pode acontecer também que alguns peixes comedores de algas sejam também comedores de plantas. De um modo geral, deve-se estudar os hábitos dos peixes e as características das plantas antes da compra ser feita. Devemos também estar preparados para aprender com a experiência dada por várias tentativas. Alguns peixes podem ser mantidos com todas virtualmente todas as plantas: Pequenos tetras, danios, rasboras, gouramis, discus, bettas, escalares, peixes arco-íris, Corydoras, Vivíparos, killifish, Ciclídeos Anões, e de um modo geral a maioria dos peixes pequenos.

Luz

"Que luz vou precisar?"

A regra geral é 0.5 a 1 Watt de luz fluorescente por litro de água para um aquário de altura normal (menos de 60 cm). Na realidade a solução não é assim tão fácil, porque depende de factores como a quantidade de algas e de partículas na água e nas paredes de vidro, tipo de reflector e da sua distância à superfície da água. Para começar utilize esta regra mas fique preparado para adicionar mais luz depois. Para plantas que requerem de luz média a intensa, muitos aficionados descobrem que precisam pelo menos de dois tubos fluorescentes a todo o comprimento dos aquários.

"Posso ter plantas com uma simples lâmpada?"

Sim, embora fique limitado às plantas de luz fraca que terão um crescimento muito lento. Por exemplo, Feto de Java, Anubias, Cryptocorynes, Ceraropteris e Musgo de Java. Algumas destas plantas, nomeadamente as Cryptocorynas, na verdade até preferem pouca luz. Devemos também mencionar que há quem tenha a sorte de manter com pouca luz, plantas que requerem mais luz, mas as probabilidades são que o seu crescimento seja muito lento e pouco viçoso.

"Que tipo de lâmpada devo usar?"

Primeiro e acima de tudo, não usar lâmpadas incandescentes, porque dissipam demasiado calor e não dão luz suficiente. Os tubos fluorescentes de espectro completo são os ideais porque duplicam o espectro solar. Estes tubos (Vitalite, Spectralite) são os melhores, mas pode-se considerar como alternativa válida e menos dispendiosa, os tubos fluorescentes (Chroma-50, Design-50); mais baratos ainda, os tubos para plantas são também bons e podem realçar as cores dos peixes. Lâmpadas como a Triton ou Tri-lux são um pouco mais potentes mas também mais dispendiosas que as lâmpadas de espectro completo. As lâmpadas de topo de gama com reflectores internos (BioLume) são demasiado caras e desnecessárias. Existem outros tubos, mas devem-se evitar os tubos de luz branca e "aquarilux", embora muitos aficcionados os usem combinados com tubos para plantas.

"O que é o T-8?"

A designação T-8 refere-se usualmente aos tubos fluorescentes de alto rendimento que se instalam nos edifícios de modernos escritórios, em oposição aos T-12 que são os tubos fluorescentes normais. A sua utilização tem-se divulgado entre os cultivadores de plantas aquáticas, porque são económicos, de longa duração e baixo consumo. Distinguem-se dos T-12 em três pontos: 1- o diâmetro (que é o significado literal da designação T-8 = 8/8 pol.(20,3/20,3 cm) em oposição ao T-12 = 12/8 pol. (30,8/20,3 cm); 2- a potência (123,2 cm - 32 W, 92,4 cm - 25 W; 61,6 cm - 17 W; 3- as suas referências (FO-32, FF32-SPX, etc., conforme o fabricante). Os T-8 usam também um tipo de balastro diferente portanto não se podem trocar pelos vulgares T-12. NT- As dimensões e tipos de tubos fluorescentes acima indicadas referem-se a marcas e medidas usuais nos EUA. No mercado europeu os tubos tem outras dimensões normalizadas.

"As lâmpadas de iodetos metálicos (MH - Metal Halide) são melhores do que as fluorescentes?"

As lâmpadas de iodetos metálicos (MH) são vulgarmente utilizadas na iluminação de campos de futebol, mas, no nosso hobby, há quem as use por aquariofilistas de recife ou por fanáticos entusisastas por plantas, requerendo grande intensidade de luz. Os reflectores de ideotos metálicos são muito mais dispendiosas do que os fluorescentes. As lâmpadas duram mais e fornecem iluminação mais eficiente e brilhante (tipicamente 175-200 watts por lâmpada) mas também geram um correspondente nível mais alto de calor. Alguns aquariofilistas apreciam o efeito de foco e sombras produzido pelas lâmpadas MH.

"Posso utilizar as lâmpadas de halogéneo de uso doméstico?"

É preciso não confundir as lâmpadas MH acima referidas com as lâmpadas de halogéneo vulgares, de filamento de tungsténio em gás a baixa pressão, como o argon, que compramos em qualquer supermercado para iluminar a sala; as lâmpadas de halogéneo são basicamente lâmpadas de incandescência que geram enorme quantidade de calor com baixo fluxo luminoso

"Como posso montar outro tubo no meu aquário?"

Se o reflector comportar mais um tubo, existem kits para montar um segundo tubo. Caso contrário será necessário também um segundo reflector, ou a troca do existente por um com dois tubos. Outra solução será a compra de um suporte vulgar e montá-lo num reflector de construção caseira. Também é possível comprar "kits" só com os encaixes terminais do tubo e abraçadeiras de fixação, balastro e arrancador em lojas de aquariofila.

"Durante quantas horas por dia devo ter a luz acesa?"

Tal como na natureza, as plantas precisam de um ciclo de luz e escuridão em cada dia. Se tomarmos por base a duração de 12 h do dia e da noite no equador (muitas das plantas tropicais têm esse ciclo), podemos adoptar uma iluminação de 10-14 h por dia. O sistema ideal é comprar um temporizador que automaticamente liga e desliga a luz nas horas predeterminadas, uma vez que as plantas (e peixes) preferem um ciclo regular. Se as plantas precisarem de mais luz não se deve prolongar o tempo de iluminação mas sim montar mais um tubo para aumentar a intensidade luminosa. Falando de temporizadores, existem tubos fluorescentes que não arrancam automaticamente, i.e., é preciso premir um botão durante alguns segundos. Estes tipos podem ser convertidos para sistema de arrancador automático, comprando os acessórios necessários em qualquer casa especializada.

"De quanto em quanto tempo é preciso mudar o tubo fluorescente?"

A maioria dos tubos fluorescentes perdem grande parte da sua intensidade ao fim de 6 meses (+/- 2000 h), portanto devem ser substituídos entre 6-12 meses (os T8 têm maior duração). Se isso for muito dispendioso para si e o seu aquário não necessita de grande intensidade luminosa, espere até que os tubos se esgotem totalmente, o que pode rondar os 2 anos (8/10.000 h). O melhor sistema é estabelecer um calendário de substituição do/s tubo/s para evitar grandes oscilações de intensidade luminosa.

"O aumento de luz não vai encher o meu aquário de algas?"

Se é a primeira vez que monta um segundo tubo sobre o aquário, deve estar preparado para isso acontecer. Tanto as plantas como as algas são ávidas de luz e portanto estabelece-se uma competição entre ambas. Para ajudarmos as plantas a vencerem, devemos ter uma baixa população de peixes, ter comedores de algas e proceder a frequentes mudanças de água.

Dióxido de carbono (CO2)

"A injecção de CO2 é mesmo necessária?"

A injecção de dióxido de carbono não é necessária para manter plantas. Contudo, a maior parte daqueles que a têm utilizado, afirmam que, depois de uma boa iluminação, o CO2 é o mais importante factor para ter um excelente crescimento de plantas. De facto, com o aumento da intensidade luminosa, as plantas requerem mais nutrientes, incluindo o carbono que vão buscar ao dióxido de carbono. Em conjunção com os a capacidade tampão, a injecção de CO2 irá tamponar a água para um pH neutro ou baixo. Um valor mais baixo de pH ajuda as plantas a assimilarem certos nutrientes, além de, afirmam alguns, evitar o desenvolvimento de algas.

"O CO2 é caro?"

O custo de um equipamento de injecção de dióxido de carbono é muito variável, desde os sistemas automáticos aos manuais, mas de um modo geral dispendioso, a menos que se recorra ao super barato sistema da garrafa com fermento de padeiro e açúcar, que adiante se descreve.

"Quanto CO2 se deve usar?"

O nível óptimo de CO2 num aquário é de 15-20 ppm. Há informações de que níveis superiores a 25 ppm podem envenenar os peixes, mas a experiência geral não prova isso. A quantidade encontrada na água resultante das concentrações atmosféricas varia com a altitude e a temperatura mas é menos que 1 ppm.

"Como é que trabalha o sistema de gás comprimido?"

Uma garrafa de CO2 comprimido, fornece esse gás à pressão de 55-80 bar. Este valor de saída da garrafa é reduzido a 0,3-1,4 bar por meio de um regulador de pressão e finalmente reduzido a algumas bolhas por segundo, utilizando uma válvula de agulha. Por este processo de lento borbulhar, o gás deve dissolver-se na água do aquário por intermédio de um de três processos: um reactor de gás (onde a água se mistura com o gás numa câmara semelhante à de um filtro seco-húmido), por meio de um boião invertido (que permite a difusão lenta do gás na água), ou injectando o gás num filtro motorizado, interior ou exterior (cuja turbina pulveriza o gás em bolhas muito pequenas, muitas das quais se dissolvem na água). O reactor é o processo mais eficiente, enquanto o dos filtros é o mais fácil de pôr em prática. É essencial saber controlar o débito de gás injectado, porque um excesso de CO2 pode matar os seus peixes. Existem dispendiosos sistemas automáticos, que utilizam um sensor electrónico de pH para regular a quantidade de dióxido de carbono a injectar e que cortam a injecção quando o pH tem uma descida demasiada. Os sistemas manuais exigem que se comece com uma injecção muito pequena e depois se vá aumentando durante vários dias com uma cuidadosa e regular medição do pH e borbulhar do CO2 até se encontrar o equilíbrio correcto e a posição devida da válvula.
A construção e detalhes de operação estão descritos na secção CO2.

"Como trabalha o método do fermento?"

A fermentação de açúcares numa garrafa gera CO2 (tal como no fabrico de cerveja) e então podemos injectá-lo no aquário por um dos processos descritos. Os componentes para a construção desse gerador de gás são baratíssimos comparados com os da garrafa de gás comprimido. O pior inconveniente é o da produção ser irregular e requer a mudança dos reagentes (de uma a duas semanas), mas é suficiente para ajudar as plantas a crescer. Inicialmente o processo era considerado inútil pelos livros da especialidade, mas nos últimos anos tem tido uma crescente utilização como meio de utilizar o CO2 sem "entrar na carteira". Aqui está uma construção bem simples: pegue numa garrafa de plástico de 2 litros (de água mineral ou refrigerante) vazia, desenrosque a rolha e faça-lhe um furo que permita a passagem de um tubo de ar dos usados em aquário e vede a passagem na rolha com um vedante de silicone por exemplo. Encha a garrafa até meio com água, junte-lhe meia colher de chá de fermento de padeiro e de meia a uma chávena de chá de açúcar. O borbulhar do gás dura cerca de 2 semanas, após as quais é necessário substituir a mistura. Se a garrafa ficar a nível inferior ao da água recomenda-se a aplicação de uma válvula de segurança para evitar o efeito de sifão.

"Posso simplesmente deitar água com gás no aquário?"

Não! As plantas precisam de uma injecção lenta de CO2. Se você deita água gaseificada no aquário, haverá uma alteração de pH e o gás dissipa-se no ar em poucas horas.

"A injecção de CO2 reduz o teor de oxigénio?"

Não. Os níveis de oxigénio e de dióxodo de carbono dissolvidos são independentes um do outro; podem existir elevados níveis de ambos em simultâneo. Acontece até que se você tiver um aquário com plantas saudáveis, elas só por si saturam a água com oxigénio. O problema é o de que muitas das técnicas usadas para oxigenar a água (pedras difusoras, filtros seco-húmidos, movimentação da superfície da água) provocam uma perda de CO2 para o ar, ou seja, se você desligar a pedra difusora para evitar a perda de gás, pode também reduzir a oxigenação. A melhor solução é a de manter a agitação da água mas fazer uma injecção de CO2 com maior débito do que o perdido, mantendo-se assim um equilíbrio entre os dois gases.

Nutrientes e fertilizantes

"A alimentação dos peixes é suficiente para fertilizar as plantas?"

A maioria dos alimentos para peixes contém os macronutrientes, azoto, fosfato e potássio (N-P-K), para manter as plantas saudáveis. Contudo, os oligoelementos como o ferro, não são fornecidos sob forma que as plantas possam assimilar. Alguns desses elementos já podem vir na água canalizada, razão também para que se efectuem frequentes mudanças parciais de água. Mas isso não é suficiente para algumas plantas e então temos de recorrer à adição de um fertilizante.

"Posso usar fertilizante normal para plantas?"

O fertilizante normal para terra contém elevadas percentagens de N-P-K , os quais já estão incluídos nos alimentos dos peixes. Adicionar maior quantidade causará um crescimento exagerado de algas, além de possível stress aos peixes. É possível que você encontre um fertilizante contendo só os oligoelementos em casas de plantas, ou ser você mesmo a prepará-lo. As misturas da Dupla e Dennerle são caras, mas têm provado dar bons resultados. Tenha cuidado com outros fabricantes que fornecem N-P-K (verifique sempre se a etiqueta menciona os ingredientes). Comprimidos, granulados de fertilizantes têm sido utilizados com êxito enterrados no substrato e usados com moderação.

"Como sei se necessito usar fertilizante?"

A falta de fertilizante nota-se nas plantas pelas folhas transparentes ou amareladas por vezes com buracos, além de uma redução no seu crescimento. As folhas velhas morrem mais depressa e as novas são pequenas e fracas. Outro sintoma é o das plantas crescerem muito bem durante um mês depois de compradas e depois deixarem de se desenvolver por falta de oligoelementos. Também se deve adicionar fertilizante se os níveis de luz e de CO2 forem elevados mas as plantas não crescerem.

"Como é que sei qual é o nutriente que está a limitar o crescimento das plantas?"

Esta é uma pergunta de difícil resposta sem que você próprio faça tentativas. Se notar que a mudança de água causa algum crescimento, então a água que usa fornece alguns oligoelementos que depois se esgotam e nesse caso é aconselhável juntar um fertilizante ou mudar a água mais vezes. Se as suas plantas mostrarem um pequeno crescimento depois de alimentar os peixes, o problema também está resolvido. Mas tenha sempre o cuidado de não aumentar em demasia o suplemento de oligoelementos, senão tem o problema do excesso de algas.

A partir de quantidade os nutrientes são demasiados?

Que quiser manter biliões de teste kits então poderá medir alguns níveis de oligoelementos (a Dupla recomenda um nível de ferro de 0.1ppm) Testes de amónia e de nitratos irão indicar-lhe quando estiver a dar comida a mais. Alternativamente pode observar o seu aquário. Demasiado fertilizante e comida dos peixes podem resultar um crescimento de algas excessivo.

O Substrato

"O que devo usar como substrato?"

Areão ou areia é um bom começo! A questão é a sua granulometria: grãos muito pequenos não oferecem um suporte seguro para as plantas e a areia tende a compactar; por outro lado, grãos muito grandes, dão origem a bolsas de detritos em decomposição. A maioria dos aficionados recomenda uma granulometria de 2-3 mm (areão), enquanto outros preferem uma areia de 1-2 mm (mais difícil de encontrar). Os caracóis trombeta, escavam o substrato mantendo-o arejado. Sobre o vidro do fundo do aquário deve colocar-se uma camada (1/3 da altura de areão) de fertilizante, sendo os mais populares a turfa (que acidifica a água), laterite (uma argila que contém ferro, usada normalmente com sistemas de aquecimento do substrato) e solo. Um aviso: se você tiver um filtro de placa de fundo, ele pode aspirar o fertilizante e lançá-lo à água em vez de o manter sob o areão. A Dupla por exemplo fabrica umas bolas de laterite que podem ser usadas com filtros de fundo, mas que são dispendiosas.

"Que altura deve ter o substrato?"

De um modo geral deve combinar-se a altura do substrato com os tipos de plantas ou seja das suas raízes. Por exemplo as grandes echinodorus (amazonenses) precisam de 10cm de areão, mas plantas pequenas de fundo como a Lilaeopsis só precisam de 2,5 cm. Uma boa solução é colocar o areão em declive de trás para a frente do aquário. Assim as plantas de maior altura plantam-se junto ao vidro posterior, as de médio porte a meio e as de pequena altura junto ao vidro anterior do aquário. Outra solução é a de fazer uma camada de areão com a altura média de 7 cm.

"Posso ter plantas com um filtro de fundo?"

Claro que sim! Só é necessário ter suficiente altura de areão para as plantas enraizarem. A circulação de água através da placa deve ser lenta. De qualquer modo é provável que algumas raízes se introduzam na placa, dando origem a mais trabalho de manutenção. Muitos aquariofilistas acham que não se deve ter plantas com filtro de fundo e isso tornou-se quase uma crença religiosa na Usenet. Contudo, não significa que seja impossível... como nas crenças religiosas, cada um é livre de seguir a que quiser.:-)

Aquecimento

"A que temperatura devo manter um aquário com plantas?"

Isso varia de planta para planta, mas grande parte delas vivem bem entre 22- 27C. Para aquários de Discus que requerem uma temperatura mais elevada, veja num livro de plantas quais as espécies mais recomendadas.

"Tenho que ter um aquecimento no substrato?"

Os benefícios do aquecimento do substrato ainda não estão comprovados, mas crê-se que dá uma estabilidade mais prolongada ao aquário. Se você é um principiante, será melhor familiarizar-se primeiro com a luz, fertilizantes, etc. No entanto se gosta de aventuras e pode gastar dinheiro, então talvez tenha orgulho em instalar um sistema de aquecimento do substrato por cabos. No entanto há quem defenda que um filtro de fundo com uma passagem lenta produz os mesmos efeitos.

Problemas e sucesso a longo prazo

Esta lista não é de modo nenhum exaustiva! Se tiver experiências que julgue de interesse para este tópico, pode enviá-las.

As folhas tornam-se amarelas e caiem"

"As folhas criam buracos e caiem"

No primeiro caso o mais provável é a falta de oligoelementos e no segundo pode também ser que os peixes e caracóis as comam.

"As plantas crescem durante um tempo e depois morrem ou continuam a crescer mas muito lentamente"

Este é o problema mais vulgar entre os principiantes e pode ter diferentes causas:
  1. As plantas podem armazenar muitos nutrientes para utilização posterior. Quando vêm dos viveiros, elas trazem uma reserva máxima. Mas passado um mês ou mais, se você não lhe fornecer um suplemento, elas esgotam as reservas e acabam por morrer.
  2. A maioria das plantas envasadas são criadas por sistema hidropónico em estufas ou viveiros com luz de Sol filtrada e com elevado nível de nutrientes mas depois têm que se adaptar às condições dos aquários. Primeiro perdem as folhas que cresciam fora de água e criam novas folhas com diferente feitio e consistência. Em segundo lugar, aclimatando-se a menos luz e menos nutrientes, a sua velocidade de crescimento diminui.
    Enquanto as plantas envasadas se transportam com facilidade, isso já não se passa com as não envasadas. Estas podem ter passado por várias mãos, desde o cultivador até à loja que as vende e por isso podem não estar nas melhores condições quando se compram. Grande parte delas foram criadas fora de água, muitas vezes também sob luz solar filtrada e vão ter que se aclimatar às condições do aquário.
  3. A planta pode não ser uma verdadeira planta aquática. Muitos comerciantes vendem plantas palustres como sendo aquáticas. Estas plantas podem aguentar-se um mês ou mais mas normalmente morrem.
  4. Algumas plantas hibernam. Os bolbos do Aponogeton perdem todas as suas folhas. Nessa altura os bolbos devem ser retirados do aquário e postos recipiente de água fria durante alguns meses. Podem então voltar a ser plantados nascendo novas folhas.
  5. As Cryptocorynes podem largar as suas folhas por alteração das características químicas da água. Não é caso para desesperar, pois o mais provável é nascerem novas folhas.

"A minha ... cresce mas as outras morrem"

Algumas plantas são mais resistentes do que outras e crescem com pouca luz, CO2, ou piores condições de água. Acontece também que algumas plantas são concorrentes de outras, absorvendo mais nutrientes. Nestes casos as plantas devem ser separadas para outro aquário.

"A minha . . . está coberta de algas"

Mas, resumidamente, deve haver um peixe comedor de algas no aquário para manter um certo equilíbrio, ou reduzir nutrientes introduzindo plantas flutuantes de crescimento rápido que consomem nutrientes mais depressa do que as algas, ou remover as folhas mortas com mais frequência para reduzir os nutrientes, reduzir a alimentação, aumentar a frequência das mudanças de água, reduzir o número de horas de luz por dia, usar fertilizante nas raízes (sob o areão) e não em forma líquida que fortalece mais as folhas. Também há algicidas, mas esses produtos podem matar também as plantas se não forem usados com o máximo cuidado.

Fonte: fins.actwin.com 
Contributo de Erik Olson 
Tradução de Fernando Fonseca